sábado, 27 de agosto de 2011

Depois da JMJ: oferecer aos jovens uma caminho de santidade

Já definitivamente concluída a XXVI Jornada Mundial da Juventude, é chegado o tempo de amadurecer algumas reflexões sobre aquilo que esta significou e seus frutos que poderá produzir. Publicamos uma contribuição de Pe. Fábio Attard, Conselheiro geral da Pastoral juvenil salesiana.
A primeira palavra é a que convida os jovens a ‘não terem medo’. O Papa muitas vezes convidou os jovens a não se deixar desencorajar por uma ambiente hostil à fé, um ambiente que chega até a ridicularizar a mesma escolha da fé. As suas palavras eram de conforto e não de confronto. O Papa abriu aos jovens a porta da consolação que vem com a escolha da fé, àqueles que a acolhem com coragem e simplicidade.
Nesta mesma linha, a segunda meta indicada pelo Papa aos jovens foi a de ‘superar a mediocridade’. Pelo menos em três ocasiões, o Papa expressou reflexões simples e ao mesmo tempo profundas sobre a necessidade de superar uma cultura do vazio que engole as pessoas. Quem aceita o desafio da fé sai de um modelo puramente horizontal e vai descobrir a beleza do mistério que dá sentido ao tempo e à história.
Eis que de novo o Papa oferece uma pista, a de enraizar-se em Cristo, isto é, construir a própria casa, a própria história sobre a rocha, fortes na fé. O convite de Papa não chega como uma coisa aleia à história dos jovens. Os jovens são colhidos por este convite no intimo de seu projeto de vida. Quem, como eu, passou algumas horas nos confessionários do parque ‘El Ritiro’, durante as jornadas de Madri, sabe bem como os jovens acolheram as palavras do Papa. A experiência do perdão e da reconciliação que os jovens peregrinos viviam em Madri não era uma experiência esporádica. Na sua vida, vivem bem o sacramento da reconciliação e o vivem de forma frequente.
O último ponto chave da JMJ de Madri, afinal, foi o convite do Papa a voltarem para casa felizes, mas não somente por si mesmos. Quem teve a sorte de encontrar Cristo não pode guardá-lo para si de forma egoísta. Quem fez a experiência do discipulado agora deve m anunciá-lo, deve ser um apóstolo. E o Papa pediu aos jovens que sejam testemunhas fiéis e felizes – as duas faces de uma vida de fé. Quem crê procura ser fiel, e na fidelidade encontra a sua verdadeira alegria, a verdadeira felicidade.

Madri, por uma semana, foi o cenáculo onde se sentia a fé de uma geração de jovens que estão cansados do nada, foi um cenáculo de alegria da parte de tantos jovens que estão à procura do verdadeiro, do belo. Encontramos jovens de todas as línguas, de todas as raças e de todas as culturas. São jovens felizes que parecem amigos de sempre – a amizade que vem da fé em Jesus Cristo.
Para nós Salesianos, agora é o tempo de oferecer-lhes experiências verdadeiras e duradouras, não somente eventos. Experiências que marquem a sua história e não os façam apenas divertir um pouco. Dom Bosco nos convida a dar-lhes alegria que é caminho de santidade. E a santidade, para os jovens peregrinos não é mais uma palavra que traz vergonha, mas força! A nós resta o desafio.

Publicado em 26/08/2011 por ANS